Reserva da Jaqueira mostra cultura indígena pataxó

Publicado por: Da Redação / Publicado em: 05/05/2017
Menino pataxó brinca de arco e flecha

CLAUDIO SCHAPOCHNIK
Enviado a Porto Seguro/BA

Quer fazer uma imersão na cultura dos índios pataxó, que vivem na região de Porto Seguro desde antes da chegada dos colonizadores portugueses? Estando na bela cidade baiana, a dica é visitar a Reserva Indígena Pataxó da Jaqueira – uma área demarcada pelo governo federal, com 827 hectares de área de Mata Atlântica, distante cerca de 12 quilômetros do centro da cidade e onde vivem 32 famílias. Todas as agências de viagens comercializam as visitas ao local, indicada para pessoas de todas as idades.

Trata-se de um passeio de aproximadamente duas horas, bem dinâmico e didático, onde o turista conhece diversos aspectos da vida dos índios como caça, habitação, culinária, fauna, flora, medicina etc. Quem guia são os próprios pataxó, e na minha visita o condutor foi o simpático jovem Kawhã. Ele fala sua língua-materna, o patxohã, e também o português.

A entrada da reserva…
…e o guia pataxó Kawhã, dentro do viveiro de mudas

No núcleo da reserva estão as casas, chamadas de “quigeme”, a escola, uma loja de artesanato e um galpão onde os turistas são recebidos para ouvir as histórias pataxó. Perto dali está um viveiro onde os índios produzem mudas de espécies que são utilizadas na medicina, na alimentação e na própria manutenção da Mata Atlântica.

Logo após tem início o passeio pela Trilha da Lagoa Seca, com extensão de 1.160 metros. Durante o caminho, Kawhã mostra aqui e ali espécies de plantas medicinais e seus usos e também demonstra como funcionam várias armadilhas criadas pelos pataxó para caçar. O guia fala com calma, clareza.

Turistas caminham na Trilha da Lagoa Seca

Antes de voltar ao centro da reserva, a trilha passa onde antes havia a tal da lagoa – que dá nome ao caminho. No retorno, uma das fundadoras da reserva, a índia pataxó Nitinauã, fala apaixonadamente sobre seu povo, seus hábitos, seus costumes e suas lutas de sobrevivência. Um relato emocionante!

Antes de ir embora, o turista prova um peixe assado à moda pataxó. No caso foi tainha. Envolta em folhas da palmeira patioba, o embrulho é colocado na grelha. É saboreado com farinha de mandioca. É bom, ainda que não tenha sal ou outros temperos.

Três quigemes, as casas do índios pataxó
Peixe assado à moda pataxó: lanche no final do passeio
Índia pataxó serve o peixe assado

E, se você quiser, os pataxó podem pintar o seu rosto. Antes, eles fazem apenas uma pergunta: “você é solteiro ou casado?” Isto determina que tipo de pintura será feita. Ah, e por falar em casamento, na cultura pataxó, eles se casam em apenas um dia do ano – 1° de agosto.

O repórter do TurismoEtc com cocar e a pintura de casado

O TurismoEtc viajou a convite da Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura Municipal de Porto Seguro e do Porto Seguro Convention & Visitors Bureau

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