
CLAUDIO SCHAPOCHNIK
Enviado ao Rio de Janeiro
Poderia listar uma série de adjetivos para falar sobre o Rio Olympic Golf Course, sede do esporte nos Jogos Olímpicos do Rio no ano passado, localizado na Barra da Tijuca (Zona Oeste da cidade). Como não sou jogador e não conheço as regras, minha visita privilegiada – com os dois empreendedores, na última semana de dezembro de 2016 – vai levar em conta a beleza e a história do lugar, ambas muito interessantes.
O campo oficial de 18 buracos, com alguns outros serviços, fica bem no meio da Barra da Tijuca – entre a Avenida das Américas e a Lagoa de Marapendi. “Do espaço total, dois terços são Área de Proteção Ambiental e um terço é ocupado pelo campo, que soma 1,2 milhão de metros quadrados”, disse o engenheiro Roberto Mauro, da família proprietária do terreno.


“Desde o projeto, fizemos uma ampla obra de recuperação de uma área que estava degradada”, contou o diretor da EPC Environmental Solutions, Carlos Favoreto, responsável pela execução do campo. Os empreendedores construíram até um horto – que continua lá –, para produzir mudas de plantas autóctones da vegetação típica local, a de restinga.
No belo livro O Legado das Areias – Registro de uma Paisagem Recuperada, que documenta a história do campo, é relatado que foram “reintegradas 54 espécies vegetais autóctones, incluindo 12 na lista de espécies ameaçadas de extinção do município do Rio de Janeiro”.
Em relação à fauna na área do campo, tendo como fonte o mesmo livro citado no parágrafo anterior, foram identificadas 271 espécies sendo: 16 mamíferos, 151 pássaros, 26 anfíbios, 16 de répteis, oito peixes e 54 insetos.
Na visita que fiz, vi uma parte deste belo trabalho de recuperação, sobretudo na vegetação. Infelizmente não vi nenhum exemplar dos animais citados.


IDEIA DO CAMPO É ANTIGA
O primeiro levantamento da EPC, para avaliar o terreno com vista a receber um campo de golfe profissional de 18 buracos, data de 2004. Portanto cinco anos antes de o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidir pela volta do esporte nos Jogos Olímpicos a partir de 2016.
O golfe ficou de fora dos Jogos por 112 anos. O esporte estreou nos Jogos de Paris em 1900 e integrou a competição seguinte realizada em Saint Louis, nos Estados Unidos, em 1904.
Em 2005 o primeiro projeto do campo foi assinado pelo arquiteto Martin Hawtree. No entanto, a obra final é assinada pelo também arquiteto Gil Hanse. Em 2006, a Prefeitura da cidade autorizou o projeto do campo no terreno.


“Após as obras, que foram de 2013 a 2015, inauguramos o campo no dia 22 de novembro de 2015”, disse o engenheiro Roberto Mauro. “Na escolha do campo no Rio, o COI reprovou os campos de Itanhangá e da Gávea e aprovou o nosso”, emendou ele.
Nos Jogos do Rio, realizados em agosto do ano passado, o golfe disputado no Rio Olympic Golf Course, teve como vencedores da medalha de ouro a sul-coreana Inbee Park e o britânico Justin Rose.


MAIS SERVIÇOS
Além do campo em si, o Rio Olympic Golf Course tem uma ótima estrutura de serviços de apoio. Tudo reunido no Club House local, que tem um bonito desenho também.
“Temos uma área de 600 metros quadrados reservada para eventos e teremos um restaurante e outros serviços, em breve”, assegurou o engenheiro Roberto Mauro.
Ele e Favoreto também afirmaram que devem fazer um evento antes do Carnaval voltado ao trade de turismo carioca. Objetivo: mostrar e promover o campo com vista aos turistas nacionais e internacionais que praticam o esporte.


Vale lembrar que o campo tem um hotel oficial. É o Ramada Encore Ribalta, de propriedade da mesma família dona do Rio Olympic Golf Course. Para mais informações reservas, clique aqui.
Site: www.campoolimpico.com.br.
O TurismoEtc hospedou-se no Ramada Encore Ribalta a convite do hotel