CLAUDIO SCHAPOCHNIK
Enviado a Castries/FRANÇA
Quando a gente pensa em vaqueiro e cowboy, logo vem à mente um homem (ou uma mulher) com botas de cano alto, cinto com fivelas muitas vezes enormes, camisa com adereços (franjinhas), quase sempre calça jeans e um chapéu na cabeça. Na França, esse profissional que lida com o gado é igual, porém de uma maneira mais sóbria, sem qualquer ostentação. Essa é uma das observações que se faz no passeio dentro do âmbito do Turismo Rural na fazenda dos irmãos Vitou. A propriedade fica em Castries, cidadezinha pacata localizada a 15 quilômetros de Montpellier, na região de Languedoc-Roussillon-Midi-Pyrénées, no sul da França.
Na fazenda, os irmãos Vitou criam touros da raça francesa Camarga (Camargue, em francês). É o nome de uma região não distante de Castries, localizada no delta do rio Ródano (Rhône, em francês), que deságua no mar Mediterrâneo após percorrer pouco mais de 800 quilômetros desde a nascente na Suíça.
Entre outras características, o gado Camarga tem os chifres em forma de lira. A carne, que não provei, é considerada saborosa e servida normalmente mal passada.
Na fazenda, os irmãos Vitou também cultivam oliveiras para fazer azeite e uva para fazer vinho. Tudo isso é visitado de forma guiada, em francês, conduzido pelos integrantes da família. É uma experiência que vale a pena.
Todo o tour é feito em charretes, que levam até dez turistas cada. No caminho, as vistas dos olivais, da variedade picholine, e das parreiras com informações valiosas.
APARTAÇÃO DO GADO
O ponto alto da visita na fazenda é a apresentação de uma apartação de um boi. Tudo isso sentado bonitinho na charrete. Ficar de é proibido. Motivo: seja com a charrete em movimento ou parada, o cavalo que a conduz pode, inesperadamente, se mover e aí a pessoa pode cair e se machucar.
O espetáculo começa solene, com a chegada dos vaqueiros e das vaqueiras também de outras fazendas que, segundo a tradição, têm de ser aplaudidos – pois eles estão lá, voluntariamente, unicamente para manter a tradição. Entre os cavaleiros, havia uma criança de cinco anos que participou da apresentação.
Os touros são utilizados também em corridas na região, cuja tradição chegou da vizinha Espanha no século 19. O objetivo das pessoas que participam das corridas, realizadas em pequenos povoados junto com celebrações de santos e santas, é retirar um prêmio colocado na cabeça do boi.
Assim que transferem o gado de um pasto para uma área livre, o espetáculo começa. Os vaqueiros e as vaqueiras se aproximam e, de repente, um ou dois animais do rebanho se separam da manada. São esses que serão apartados e conduzidos, em alta velocidade, para uma volta no gramado e depois reconduzidos ao grupo.
Entre os vaqueiros há uma certa hierarquia. O líder é aquele que segura um cabo de madeira com um metal no final – na forma de quarto crescente da lua virado para cima. É para ser utilizado se o touro se aproximar demais do cavalo com o vaqueiro. Segundo os irmãos Vitou, apenas encosta-se a ponta no boi sem a intenção de ferir o animal.
SABOROSA DEGUSTAÇÃO
Ao final da visita na fazenda ocorre uma gostosa degustação de azeite e vinho – ambos podem ser comprados também.
O azeite é muito saboroso e de primeira qualidade. Segundo os irmãos Vitou, para cada litro de azeite são necessários de 12 quilos a 14 quilos de azeitonas.
NA INTERNET:
Fazenda: www.manadevitou.com
Site da cidade: www.castries.fr
Turismo na região: www.destinationsuddefrance.com
A reportagem do TurismoEtc viajou a convite da Air France e Atout France, com seguro de viagem da Intermac Assistance