CLAUDIO SCHAPOCHNIK
Enviado a Collioure/FRANÇA
Nesta série de reportagens que escrevo sobre minha viagem à região de Languedoc-Roussillon-Midi-Pyrénées, no sul da França, chamada Semana Francesa, Collioure é talvez a mais bela. Mar, praia, castelos, ambiente e arte – tudo junto. Soma-se a isso a origem catalã da cidade e daquela região. Sim, estava na área da Catalunha Francesa, já que há, do outro lado da fronteira com a Espanha – bem pertinho, por sinal –, a Catalunha Espanhola. Collioure dista 190 quilômetros a oeste de Montpellier.
Pelo que vi por lá, muitos franceses de Collioure têm muito orgulho de suas raízes, de suas origens catalãs. Placas nesse idioma estão por toda a parte. Interessante notar que no alto de um dos castelos que há na cidade e região tremula a bandeira da Catalunha. Sim, da Catalunha!
Na Espanha, a Catalunha é uma Comunidade Autônoma. Há algum tempo, os líderes políticos catalães têm demonstrado, com apoio de parte da população, fortes aspirações para levar o território a se tornar um país independente.
Pelo menos na Catalunha Francesa, esse clamor por independência, por parte de políticos, partidos e do povo, não existe ou não é expressada à flor da pele como na Espanha.
ENTRE AS MONTANHAS E O MAR
Assim que cheguei em Collioure, fui tomado por uma atmosfera contagiante da beleza local. Cercada de montanhas verdes com alguns castelos, a cidade convida a passear pelas ruas e a beira mar.
As bandeiras da França e da Catalunha, entre outras, tremulam no alto do Château Royal (Castelo Real, em português), construído na época catalã séculos atrás. Essa foi a minha segunda impressão. A primeira – curiosa – foi ver o leito seco de um rio transformado em estacionamento.
E aí descortina-se uma pequena baía, com praia de pedrinhas, ladeada pelo Château Royal de um lado e pela igreja de Notre Dame des Anges, construída no final do século 17.
Nesse pedaço, seja na avenida beira mar, chamada boulevard de Boramar, seja nas ruas e ruelas situadas logo atrás, rola o burburinho maior de Collioure. Há diversos cafés, restaurantes, bares e muitas, muitas mesmo, lojinhas de artesanatos, com produtos muito bacanas. Vale a pena se “perder” nessa região.
Enfim, Collioure é um suspiro. Tanto isso é verdade que vários artistas se inspiraram na beleza do lugar, como Picasso, Chagall e Matisse, por exemplo.
HISTÓRIA
Com passado romano, Caucoliberi foi a primeira denominação da cidade em meados do ano 673, revelando aí um local importante do ponto de vista estratégico e comercial de origem visigoda.
A chegada dos povos de língua catalã começou no final do século 10. Desde 981, os condes de Rosellón e os reis de Mallorca iniciaram o desenvolvimento e o fortalecimento de Collioure. De 1276 a 1344 a cidade tornou-se a residência de verão dos reis de Mallorca. Eles já haviam notado a grande beleza do lugar…
A primeira ocupação francesa da cidade se deu entre 1462 e 1493, no reinado de Luís 11. A cidade, definitivamente, passou para a coroa francesa em 1642. A formalização ocorreu 17 anos mais tarde, com a assinatura do Tratado dos Pirineus.
NA INTERNET:
Site da cidade: www.collioure.com
Turismo na região: www.destinationsuddefrance.com
A reportagem do TurismoEtc viajou a convite da Air France e Atout France, com seguro de viagem da Intermac Assistance