Mais um lugar para você conhecer quando for visitar a capital da Bahia. Após um extenso e complexo processo de restauro, a Igreja do Santíssimo Sacramento e Sant´Ana, em Salvador, foi entregue à comunidade soteropolitana no mês passado. No templo, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938, ainda repousam os restos mortais de Maria Quitéria, heroína baiana da Independência do Brasil.
Segundo o Iphan, “construída no século 18 com arquitetura em estilo neoclássico e fachada rococó, a igreja foi interditada pela Defesa Civil em 2005, por conta do risco de desabamento”. Na época o telhado foi recuperado com recursos emergenciais liberados pelo Iphan, somados a recursos do Fundo de Cultura, do governo do Estado e ajuda da comunidade.
No decorrer da reforma, o Iphan fez o acompanhamento da obra, dando orientações e fiscalizando a execução, além de participar de uma séria de reuniões com mecenas para prestação de contas. Com o fechamento, teve início o Movimento Salve Sant´Ana, sob a liderança do padre Abel Pinheiro, para recuperar a igreja. A campanha conseguiu arrecadar dinheiro para restaurar dois altares laterais e a sacristia. Os esforços do pároco e da comunidade foram mais longe e eles conseguiram financiamento para custear a recuperação total do templo. A primeira etapa da restauração começou em 2009, com a liberação de R$ 2,7 milhões pelo BNDES.
Em 2014 foram liberados mais R$ 5,4 milhões que, somados a uma doação privada, da Global Participações e Energia, possibilitaram o restante da reforma, com a desmontagem de estruturas em madeira, recuperação de telas e o douramento feito com 50 mil folhas de ouro trazidas diretamente da Itália.
Com esse recurso foi efetuada a recuperação estrutural, como estabilização de paredes, troca de fiação elétrica, instalações hidráulicas, implantação de um elevador e sanitários.
HISTÓRIA
A igreja foi concebida por um mestre brasileiro, o pintor baiano Franco Velasco. Localizada no Centro Histórico da cidade, o templo foi concebido no estilo barroco, mas remodelado para o estilo neoclássico ainda no século 19. Do Barroco, pouco restou: apenas detalhes das escadarias. O templo possui mais de 20 imagens sacras do século 18.