A Usina Schmidt operou até 1973, e o museu foi criado pela família Biagi em 2013
CLAUDIO SCHAPOCHNIK
Enviado a Sertãozinho e Pontal/SP
Quando o tema é turismo, o interior paulista é cheio de joias – praias, montanhas, parques, restaurantes, bares, cidades etc. Conheço algumas e fiquei encantado com a mais recente que conheci. Trata-se do Museu da Cana, no Engenho Central – Usina Schmidt. O equipamento cultural fica na zona rural de Pontal, a quase 40 quilômetros de Ribeirão Preto, no norte do Estado de São Paulo. Lá você conhece uma linda usina de açúcar, que iniciou a produção em 1906.
O Museu da Cana ocupa as instalações do antigo Engenho Central – Usina Schmidt, e fica em meio ao canavial. O lugar recebe este nome em razão do sobrenome do empreendedor, o imigrante alemão Francisco Schmidt (1850-1924). Ele nasceu em Osthofen, no Estado da Renânia-Palatinado.
Com 40 anos e um dono de um desenvolvido tino comercial, Schmidt era dono de 62 fazendas e o maior produtor de café do mundo, chegando a receber o apelido de “Rei do Café”. No início do século 20 ampliou seu intresse na agricultura para a cana e passou a produzir, em Pontal, o açúcar com a marca Crystal. A Usina Schmidt operou até 1973, quando foi desativada. Desde a década de 1960 pertencia ao empresário Maurílio Biagi e à sua esposa, Edilah Lacerda Biagi.
Os descendentes deste casal Biagi, sobretudo o filho Luiz Biagi, fizeram questão de manter as instações para a criação de um museu, ação concretizada em 2013. A entrada é gratuita.
Gostei muito de visitar as instalações com o guia Clark Alves. Tudo está bem preservado, e as madeiras, os tijolos, os equipamentos (moenda a vapor, cozedores, cristalizadores e ensacadores) são todos originais. Muitas peças vieram do Exterior, como Escócia e França. O estilo da usina é o industrial britânico, muito utilizado naquela época.
Há ainda vários outros objetos como antigas semeadeiras, bombas de abastecimento e barris para beneficiar e purificar o açúcar. É permitido tirar fotos e fazer vídeos. Também é aberto a visitação a oficina mecânica da usina.
Trata-se, portanto, de um equipamento industrial preservado e que merece ser visitado pela importância histórico-econômica. Fora que é lindo. De fato, outra joia do turismo no interior paulista. É indicado para quem está hospedado e com tempo em Ribeirão Preto.
COMO CHEGAR
Peguei o ônibus para Pontal, da Viação Rápido d´Oeste, na rodoviária de Ribeirão Preto. O ônibus para na rodoviária de Sertãozinho após meia hora de viagem. Ir por esta cidade é mais fácil e rápido do que ir por Pontal. Tarifa: R$ 4,80 – a mesma de Sertãozinho para Ribeirão Preto, uma distância de 21 quilômetros.
Em Sertãozinho telefonei para uma central de moto táxi (16) 3947-2999, que me cobrou R$ 15 pela corrida do centro ao museu. Pelo que apurei é bem mais em conta que pegar um táxi.
Nossa, foi uma grande aventura! Não andava na garupa de uma moto havia décadas. Fiquei com um pouco de medo, mas no final, como sempre, tudo dá certo. Cheguei ao Museu da Cana após uns 20 minutos e cerca de seis, sete quilômetros percorridos, sendo mais da metade em estada de terra em meio ao canavial. Para voltar, fui a pé até a rodoviária de Sertãozinho.
O museu não tem lanchonete nem restaurante, somente água. Portanto, leve um sanduíche ou outra coisa para comer ou almoce em Sertãozinho.
Todos os preços citados nesta reportagem são de 2 de agosto de 2018.
Confira mais fotos:
SERVIÇO:
www.museudacana.org.br
O TurismoEtcviajou com apoio da Associação das Agências de Viagem de Ribeirão Preto e Região (Avirrp) e hospedagem no hotel Transamerica Prime Ribeirão Preto