CLAUDIO SCHAPOCHNIK
Enviado a Bayeux/França
A duas horas de trem desde Paris e localizada na região da Normandia, no norte da França, a pequena Bayeux guarda duas grandes joias medievais: uma tapeçaria de 70 metros de comprimento que conta uma epopeia e a Catedral de Nossa Senhora. Ir a cidade para vê-los já bastaria, mas Bayeux tem um charme. Vale a pena passear pelas ruas e ver mais deste município de pouco mais de apenas 14 mil habitantes, fundado pelos romanos com o nome de Augustodurum.
Interessante é que a história da tapeçaria e da catedral se cruzam. Ambas estão dentro do contexto da presença viking na Normandia e nas guerras entre franceses e ingleses – disputas que só seriam encerradas após a Guerra dos Cem Anos (1337-1453).
A tapeçaria de Bayeux, como ficou conhecida, conta a conquista da Inglaterra em 1066 por Guilherme, o Conquistador, duque da Normandia. Possui 70 metros de comprimento e 50 centímetros de altura. Foi bordada em lã sobre tela de linho no mesmo século da conquista, o 11. Está instalada em um museu criado apenas para este fim.
A tapeçaria está descrita em latim, mas o objetivo maior da peça é ser compreendida por meio das figuras e cenas exibidas, visto que a maioria da população daquela época era analfabeta.
De fato, a tapeçaria é linda e cheia de detalhes. Eu a observei junto com um áudio-guia em espanhol – há disponível em outros idiomas, menos em português. O circuito destes 70 metros pode levar um mínimo de uma hora, se você seguir o áudio-guia a risca. Mas vale cada minuto.
Segundo o site da Prefeitura de Bayeux, “a tapeçaria tem 58 cenas, 25 na França e 33 na Inglaterra; 37 edifícios, incluindo o Mont Saint-Michel, 41 navios e 202 cavalos e mulas”. A peça é tão importante, pelo caráter histórico e artístico, que está registrado na “Memória do Mundo” da Unesco.
A tapeçaria se cruza com a catedral também no século 11, quando o edifício foi sacralizado em 14 de julho de 1077 pelo bispo Odo – mas o término do templo só ocorreu no século 15. Na cerimônia estava presente o meio-irmão do religioso, Guilherme, o Conquistador, duque da Normandia e rei da Inglaterra.
Diz a história que o bispo encomendou a tapeçaria para contar a história de Guilherme e decorar a nova catedral, que possui estilo normando-românica. É neste ponto que as duas histórias se cruzam.
A catedral é imensa e muito bonita. A arte sacra, os vitrais e as capelas no interior garantem muitos suspiros de admiração.
Na Segunda Guerra Mundial, Bayeux não sofreu tanto, em comparação a outras cidades. Foi libertada dos invasores nazistas no dia seguinte ao Dia D – 7 de junho de 1944 – e serviu de base para o exército britânico. Por este motivo, praticamente todo o patrimônio histórico local, incluindo muitos prédios da Idade Média, está em pé e pode ser visto. Muitas dos edifícios são de madeira.
Adorei passear pelas ruas de Bayeux, que tem um comércio bem vibrante. Muito recomendada.
ASSISTA AO VÍDEO:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=4&v=w-9RHx8fPW8
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SERVIÇO:
Região: www.normandie-tourisme.fr e www.bayeux-bessin-tourisme.com
Cidade: www.bayeux.fr
Museu: mais informações, clique aqui
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